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terça-feira, fevereiro 13, 2007
Rosa
“Refiro ao senhor: um outro doutor, doutor rapaz, que explorava as pedras turmalinas no vale do Araçuaí, discorreu me dizendo que a vida da gente encarna e reencarna, por progresso próprio, mas que deus não há. Estremeço. Como não ter deus?! Com deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possível , o mundo se resolve. Mas se não tem deus, há-de a gente perdidos no vai e vem, e a vida é burra. É o aberto perigoso das grandes e pequenas horas, não se podendo facilitar – é contra todos os acasos. Tendo deus, então, a gente não tem licença de coisa nenhuma! Porque existe dor. E a vida do homem, está presa encantoada – erra rumo, dá em aleijões como esses, dos meninos sem pernas nem braços. Dor não até em criancinhas e bichos, e nos doidos – não dói sem precisar de se ter razão nem conhecimentos? E as pessoas não nascem sempre? Ah, medo tenho não é de morte, mas de ver nascimento. Medo mistério. O senhor não vê? O que não é deus, é estado de demônio. deus existe mesmo quando não há. Mas demônio não existir para haver – a gente sabendo que ele não existe, aí é que ele toma conta de tudo. Inferno é um sem-fim que nem não se pode ver. Mas a gente quer o céu é porque quer um fim: mas com um fim com depois dele a gente tudo vendo. Se estou falando às flautas, o senhor me corte. Meu modo é este. Nasci para não ter igual em meus gostos. O que invejo é a instrução do senhor”
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