Textos, trechos, artigos e comentários encontrados por aí.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Burgess

“Opção”, roncou uma golósse rica e profunda. Eu videei que pertencia ao carlitos da prisão. “Ele não tem realmente opção, tem? O interesse, o medo da dor física levaram e esse ato grotesco de auto-rebaixamento. A sua insinceridade foi patente. Ele deixa de ser uma malfeitor. Mas cessa também de ser uma criatura capaz de opção moral.”

“Isso são sutilezas”, sorriu assim o Dr. Brodsky. “Não estamos preocupados com motivação, mas com ética superior. Estamos apenas preocupados em refrear o crime...”

“E”, encaixou o tal Ministro bôlche e vem vestido, “aliviar o lúgubre congestionamento das nossas prisões”.

“Muito bem”, disse alguém.

Então teve um bocado de govorite e discussão e eu lá, completamente ignorado por aqueles brétchnes ignorantes, então eu critchei:
”Eu, eu, eu! E eu? Como é que eu fico no meio disso tudo? Eu sou algum bicho, ou algum cachorro?”” E com isso eles começaram a govoritar muito alto mesmo e atirando eslôvos em cima de mim. Então eu critchei mais alto ainda, critchando: Eu vou ser como uma laranja mecânica?” Eu não sabia o que me fazia usar esses eslôvos, irmãos, que tinham simplesmente entrado no meu gulliver sem pedir licença. E isso calou a boca daqueles véques, por algum motivo, durante uma minuta ou duas. Aí um tchelovéque muito magro e estarre, com pinta de professor, se levantou o pescoço assim de cabos elétricos, transmitindo assim a energia do gúlliver p´ro plóte, e disse:

“Você não tem razão nenhuma para ranzinar, rapaz. Você fez a sua escolha e isto é uma conseqüência da sua escolha. O que quer que venha agora, foi o que você mesmo escolheu”.

Nenhum comentário:

Twitter Updates